cientificamente

Por mais apertado que esteja um abraço nunca desaparece o espaço entre as duas pessoas. Uma camada fina, feita dos mais infimos átomos permanecem, sem ceder, intransigentes e teimosos.

Se dermos as mãos passa-se o mesmo, não importa quão bem os dedos encaixam uns nos outros ou a dança silenciosa que fazem enquanto se tocam.

Mesmo com um beijo é igual, cientificamente, claro. Podem dois enamorados perder-se num beijo, pode beijar-se o rosto de alguém com todo o carinho que saibamos dar.

E ainda assim tentamos. Abraçamo-nos, damos as mãos e beijamo-nos com a certeza de que um dia, depois de tanto tentar, esqueceremos a ciência,
esse espaço acabará por desaparecer e deixará de se saber onde tu acabas e eu começo.

Comentários