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Sabes bem que se pudesse eu explicava o quão feliz sou a cuidar de ti, a ouvir as tuas coisas, a olhar por ti quando estás doente.
E relatava quão bem me sinto quando ris, quando estás mesmo feliz, quando o dia te corre pelo melhor e se seguem mais dias assim.
Ai, se pudesse explicar quão bem me faz adormecer ao som do teu respirar, e depois, a sonhar, levar-te comigo e dizer-te que não quero voltar.
Eu gostava de explicar como fica o meu coração quando me abraças, quando pedes que te abrace, quando pegas no carro só para isso, quando sais do comboio para mais um.
Adorava conseguir dizer como se sentem as minha mãos a tocar nas tuas, a traçar cada dedo teu, a entrelaçarem-se como se fossem feitas para caber nesses espacinhos.
Mas nunca aprendi as palavras certas para to explicar, nunca me ensinaram a somar números tão grandes, não sei de que planeta vem isto tudo, deve ser do que dizes ser o nosso Neptuno.
O que me vale é que sei que me percebes, o que me vale é que sabes o que digo, o que me vale é que sei, com todas as minhas certezas, que te sentes assim também.

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